Se você, como eu, espera o eclipse da superlua em meio a uma onda de chuva que já dura três dias, encosta sua cabecinha no meu ombro e chora. Não é culpa dos meteorologistas, mas não adianta: não vai dar para ver. Agora para de chorar e entenda por que eclipses sempre chamaram a atenção dos astrólogos.
Na verdade, um eclipse (seja solar ou lunar) mexe com todos nós. Até a Idade Média havia superstição a esse respeito, mas já havia uma intuição das energias que esse fenômeno mexia no inconsciente de todos nós. No caso de um eclipse da lua (mais comum), os sentimentos ficam mexidos, as mulheres sentem mais (a Lua fala com a natureza feminina) e isso dura alguns dias.
Ainda choro pelo fato de que esse tipo de eclipse, envolvendo uma superlua, não ocorria há mais de 30 anos e não virá a não ser daqui a outros 30. Este eclipse é muito especial e importante por vários motivos. Primeiro, porque eclipses totais da Lua são raros, a maioria deles sendo parcial e penumbral ou apulse. Outro fator que o faz especial é que este é o último de uma tétrade, uma sequência de quatro eclipses totais da Lua. Isso vem acontecendo desde 2012, na realidade. Esta tétrade ocorre em meio à quadratura Urano-Plutão. A última quadratura plena entre estes dois planetas ocorreu em junho desde ano, mas o eclipse prolonga seus efeitos.
Para leigos: quadrado Urano-Plutão é ruim, tá? Plutão está em Capricórnio, cobrando ética, sustentabilidade, fim das estruturas ruídas dos tempos antigos. Urano também traz mensagem de que é preciso modernizar. Na Idade Média, seria tipo ruim-hecatombe, ruim-apocalipse. O que é um apocalipse? O fim do mundo, ou seja: o mundo como conhecemos vai acabar. Hoje em dia é ruim tipo “crise econômica global que se mistura a uma crise de refugiados afetando o planeta inteiro, um planeta sofredor dos efeitos do aquecimento e mudanças climáticas, e toda essa barafunda vai se prolongar por mais tempo”. Quem sabe isso é “o mundo como conhecemos vai acabar”? E talvez, só talvez, para um homem da Idade Média, isso seja um tipo de apocalipse…
E eu? Como esse eclipse me afeta? O fenômeno ocorre no eixo de Áries-Libra. Então ele influencia os relacionamentos humanos de todo tipo, especialmente aqueles baseados em igualdade, como casamentos, relações afetivas e parcerias de negócios. Vamos repensar isso, gente. E para dar seu pitaco, Plutão em Capricórnio questiona figuras de autoridade (líderes, pais, chefes, mandachuvas em geral) e também a sociedade. Capricórnio rege o social e o político. Crises políticas em diversos lugares estão aí para provar que não se brinca com o Velho Astuto (Saturno, regente de Capricórnio).
Voltemos ao eclipse. Olhando a figurinha do InfoEscola, vemos a Lua cheia oposta ao Sol. Toda oposição é tensa, então há uma crise aqui. Tudo que estava escondido explode. A crise exige um equilíbrio entre feminino e masculino. A Lua fica sob a sombra do Sol, afetando mulheres – elas ficam mais suscetíveis aos seus efeitos. Pode haver questões levando a DRs de casais, mães que se questionam sobre a educação e/ou amor de seus filhos, saúde de mulher, relações de poder no casal (Já aviso: Sol em Libra favorece os homens, ainda mais se forem pais)…
Caramba, o Universo não para. Outra coisa que o Universo não para de fazer é se mobilizar para ajudar aqueles que se ajudam. Tire o máximo de proveito do eclipse ajudando a equilibrar as energias masculinas e femininas de sua vida.
Berliques e Berloques 